ESTADOS UNIDOS
Estados Unidos, Nova Iorque, East Village era um dos destinos previsíveis da grande maioria dos artistas jovens da década de 80. Ali se desenvolvia uma nova e pujante cultura nascida de criadores de todas as nacionalidades, não alinhados com os cânones estéticos do mercado. A febre do grafite tinha explodido nos guetos de Nova York, nos primeiros anos da década de 70 e dali invadido muros, metrôs, ônibus e caminhões.
...os grafiteiros foram combatidos pela polícia, e alguns de seus autores acabaram na cadeia, enquanto outros eram conduzidos às mais importantes galerias, bienais e museus de arte, não só dos Estados Unidos como do mundo todo. [1]
Mas no decorrer de uma década, tudo tinha mudado. A devastação produzida pela Aids nas comunidades do East Village e as dificuldades de subsistência jogaram sonhos por terra.
Todo o mundo pensa que os anos 80 foram muito legais, mas havia uma grande nuvem escura pairando sobre aquela época. [2]
A fama também era fugaz em Nova Iorque, o próprio Andy Warhol, tão respeitado por Alex, o papa dos movimentos jovens das décadas de 60 e 70 era tratado com certa condescendência pela mídia. Passou de ícone venerado a uma figura obsoleta, apenas tolerada.
É esse o clima que Alex encontrará nos Estados Unidos em 1982.
[1] Célia M. Antonacci Ramos. Grafite, pichação e companhia, p. 14.
[2] Entrevista do fotógrafo David La Chapelle para Alix Sharkey, Folha de São Paulo, Caderno Mais, 19 de fevereiro de 2006, p. 10.
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
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